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Design - Gestalt

Referências da Gestalt

Já havia postado algo sobre gestalt, este post é possui umaligação muito forte com o design gráfico e afins, pode ser relevante se utilizado para fins educativos e de pesquisa mas não aprofundei muito, então está ai...

O que é Gestalt? A palavra Gestalt (plural Gestalten) é um termo intraduzível do idioma alemão para o português (Ah, e tem na bíblia). O Dicionário Eletrônico Michaelis (que é um lixo) apresenta como possibilidades as palavras figura, forma, feição, aparência, porte; estatura, conformação; vulto, às quais ainda se pode acrescentar estrutura e configuração. Aproximadamente a partir de 1870 (não lembro direito) alguns pesquisadores alemães começaram a estudar os fenômenos perceptuais humanos, especialmente a visão. Seus estudos procuravam entender como se davam os fenômenos perceptuais (numa perspectiva de como o cérebro compreende as formas e repassa esta ilusão de realidade para o resto do corpo através dos tecidos nervosos_é como havia falado todas as MARAVILHOSAS sensações que temos felicidade, frio, medo, preguiça e tesão. Se dão na caixeta e os membros apenas recebem / enviam estímulos. Até no caso de cegos, o cérebro é tão magnífico que cria uma forma para que este possa distinguir coisas, pessoas, objetos) tendo se utilizado em grande parte deles, de obras de arte.

A partir daí temos determinadas leis (referências) para se trabalhar no plano, seja ele uma tela de pintura, um papel de desenho ou em nosso caso o estágio do software (já havia falado sobre a internet e quais são as transformações que esta possibilita na percepção de espaço, tempo, distância). Listarei as principais leis usadas no design gráfico:

Unidades – Uma unidade pode ser consubstânciada num único elemento, que se encerra em si mesmo (inicia e termina em si), ou como parte de um todo (como elemento de composição). Ainda, numa conceituação mais ampla, pode ser entendida como o conjunto de mais de um elemento, configurando o “todo” propriamente dito, ou seja, o próprio objeto. As unidade formais, que configuram um todo, são percebidas, geralmente, através das relações entre os elementos (ou sub-unidades) que as constituem. Uma ou mais unidades formais podem ser segregadas ou percebidas dentro de um todo por meio de diversos elementos como: pontos, linhas, planos, volumes, cores, sombras, brilhos, texturas e outros, isolados ou combinados entre si.

Segregação – Segregação significa a capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar ou destacar unidade formais em um todo compositivo ou em partes deste todo. Naturalmente, pode-se segregar uma ou mais unidades, dependendo da desigualdade dos estímulos produzidos pelo campo visual (em função de forças de um ou mais tipos de contrastes). A segregação pode ser feita por diversos meios tais como: pelos elementos de pontos, linhas, planos, volumes, cores, sombras, brilhos, texturas e outros. Para efeito de leitura visual pode-se, também, estabelecer níveis de segregação. Por exemplo, identificando-se apenas as unidades principais de um todo mais complexo, desde que seja suficiente para o objetivo desejado de análise e/ou interpretação da forma do objeto.

Unificação – A unificação da forma consiste na igualdade ou semelhança dos estímulos produzidos pelo campo visual, pelo objeto. A unificação se verifica quando os fatores de harmonia, equilíbrio, ordenação visual e sobretudo, a coerência da linguagem ou estilo formal das partes ou do todo estão presentes no objeto ou composição (uniformidade). Importante salientar que, obviamente, a unificação também se manifesta em graus de qualidade, ou seja, varia em função de uma melhor ou pior organização formal (estilo). Neste sentido dois princípios básicos concorrem (porque são conceitos de pensadores e desenvolvedores distintos e possuem suas peculiaridades) também fortemente para a unificação da organização formal, que são as leis (particularmente preferiria citar como referências) de proximidade e semelhança quando presentes ou não no objeto como um todo.

Pode haver, e na maioria das vezes há, mais de dois elementos na forma: nesse caso, o que seria figura? E fundo? Por quê? Max Wertheimer, tido como o fundador da teoria da Gestalt, propõe em seu "Raciocínio Visual" certos princípios, a seguir:

Proximidade: Em condições iguais, eventos próximos no tempo e espaço tenderão a permanecer unidos, formando um só todo:

OO OO OO OO OO OO OO

OO OO OO OO OO OO OO

OO OO OO OO OO OO OO


Semelhança: Eventos semelhantes se agruparão entre si:

O X O X O X O X O X O X O
O X O X O X O X O X O X O
O X O X O X O X O X O X O

Essa semelhança se dá por intensidade, cor,odor, peso, tamanho, forma etc. e se dá em igualdade de condições.

Semelhança + Proximidade: É a simples adição dos dois princípios anteriores, se em condições iguais:

OO OX XO OO
OO OX XO OO
OO OX XO OO

Lei da Boa Continuidade: É o acompanhamento de uns elementos por outros, de modo que uma linha ou uma forma continuem em uma direção ou maneira já conhecidas.

____|____ = ________ |

Pregnância: Há formas que parecem se impor em relação às outras, nos fazendo, por muito tempo, não conseguir ver outra forma de distribuição:

OO OO OO OO OO OO OO OO OO
OO OO OO OO OO OO OO OO OO
OO OO OO OO OO OO OO OO OO

Destino Comum: Há certos elementos que parecem se dirigir a um mesmo lugar, se destacando de outros que não o pareçam.

Persistência do Agrupamento Original: Em todos as formas, todos os estímulos, os elementos aproximam-se uns dos outros e tendemos a fazer com que os grupos continuem os mesmos.

Experiência Passada ou Aprendizagem: É a subjetividade do percebedor: para cada um a percepção pode ser diferente, de acordo com a experiência do indivíduo, de acordo com o que ele já viveu ou aprendeu, conheceu. Tomemos como exemplo um texto qualquer: para um analfabeto ou alguém que não conheça a língua em questão, parecerá uma confusã completa, mas, para aquele que saiba ler ou conheça a língua, parecerá inteiramente inteligível.

Clausura ou Fechamento: Os elementos de uma forma tendem a se agrupar de modo que formem uma figura mais total ou fechada.


Utilizei como fontes de pesquisa o livro Gestalt do Objeto/ Sistema de Leitura Visual – João Gomes Filho e o site http://www.gestaltsp.com.br/gestalt.htm

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